quinta-feira, 29 de maio de 2008

Um Dedo de Prosa


Diz a lenda que nas escadarias da Praça Ramos tem o famoso "dedo da sorte", as pessoas descem e tocam no dedo de uma escultura reclinada. Esse "pobre" dedo pertence à escultura de uma personagem da ópera "Fosca", de Carlos Gomes. O tema é uma paixão não correspondida de uma pirata por um capitão veneziano e retrata o momento da morte da protagonista que se envenena no último ato. Ela faz parte de um conjunto de doze peças de bronze inauguradas em 1922 e realizada pelo escultor Luigi Brizzolara. No topo vemos a escultura de Carlos Gomes, segundo compositor mais executado no La Scala de Milão, depois de Verdi. Os cavalos da fonte representam a república e ainda podemos observar algumas esculturas de índios que fazem parte da peça "O Guarani", é aquela música que sempre toca na Hora do Brasil e que sempre desligamos o rádio!.
Sorte nossa que temos esse conjunto a céu aberto, agora quanto ao "dedo"......

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Esqueceram a Lagosta...


Essa fonte não está localizada em nenhuma praça na Europa, acredite é nossa, é Paulistana, situada em uma das avenidas mais conhecidas de São Paulo: a São João, na Praça Júlio Mesquita. A Fonte Monumental é obra de uma das escultoras mais renomadas do séulo XX, Nicolina Vaz de Assis, uma artista que enfrentou preconceitos de um universo artístico predominantemente masculino onde uma obra realizada por mãos femininas era apenas uma obra e não "a obra". Essa fonte foi inagurada em 1927, em estilo "art nouveau" e esculpida em mármore de Carrara que se tornou símbolo de entrada ao bairro de Campos Elísios, local de moradia dos barões de café. Com o decorrer dos anos o cenário urbano do local se modifica e a Fonte também. Ela não jorra mais água, o pescador silenciou, suas lagostas "fugiram". Mas ela ainda continua imponente na Praça pede para ser vista, pede para ser cuidada. Esse caso, ou descaso, chamou atenção do nosso Adoniram Barbosa quando escreveu, em 1970 a música "Roubaram a Lagosta":

Na Praça Júlio Mesquita
tem estátua de Lagosta
quem passa de longe enxerga
quem passa de perto gosta

E a Lagosta de bronze
fica esperando bom dia
mas tem gente distraída
que nem para ela espia

Por uma razão muito forte
ela em bronze foi lembrada
inauguração na praça
uma fita foi cortada

Teve discurso, foguetes
teve churrasco e bebidas
teve mágicos e palhaço,
futebol, flerte e corrida

Mas isso ficou pra trás
não sei que forma que tinha
essas coisas não se faz
agulha não vai sem linha

Deixe a Lagosta em paz
muito bom ficar sozinha
mas é melhor ficar seca ou molhada
do que ser derretida ou roubada.

domingo, 11 de maio de 2008

Perfil Materno


A santa que me canta
Me nina e levanta
Co’abraço matinal,
Tônica razão,
Harmônica canção,
Luz do meu recital.
Mão dócil amena
Não perde a cena
Do meu dia-a-dia
Empurra-me, ativa
Com riso incentiva
Toda mi’alegria.
Presença divina
Terça qu’ilumina,
Aquece-me em calor,
Quinta musical
O açúcar e o sal
Tecendo o sabor.
Mãe,
Tua fonte tão rica
Nem Freud explica
Quanto brilho-mistério
A ciência não fala,
Todo gênio se cala
Emudece o Aurélio.
Solteira ou casada,
Bem ou mal acompanhada
O teu nome é um canto:
Lôra, Alice, Maria,
Ana, Duva, Alegria,
Toda MÃE, nome santo.
Terno colo divino
Vem menina e menino
No teu seio fecundo,
Tu és resoluto
Que do ventre faz fruto
A criar novo mundo...

Autoria: Jota Neris

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Um Farol que não é da Barra



Quem enfrenta o trânsito rotineiro da marginal, tanto sentido Castelo ou sentido bairro, na altura do Ceasa, já reparou que tem um Farol?
Onde hoje se situa o bairro do Jaguaré, antes eram terras que pertenciam ao Henrique Dumont Villares, sobrinho de Santos Dumont. Quando as terras foram loteadas, na década de 30, ele decidiu construir, no ponto mais alto, um Farol, semelhante aos Faróis Holandeses.
A obra foi concluída em 1942, com 28 metros serviria como orientador de navegações nos rios Pinheiros e Tietê vindas do interior.
Desde 1998, é tombado pelo Patrimônio Histórico e é aberto para visitação onde podemos observar a zona oeste, a cidade Universitária, o espigão da Av. Paulista, o Pico do Jaragua e outros pontos da cidade.
É um passeio que vale a pena, só não vale esquecer a máquina fotográfica...

Onde: Rua Salatiel de Campo -praça do Mirante - Jaguaré
Contato: 3714-1702
Horários: segunda a sábado, das 9h às 17h
Visitas: somente agendadas
Entrada: Franca

quarta-feira, 7 de maio de 2008

domingo, 4 de maio de 2008

É uma partida de futebol


Que o Brasil é a terra do futebol, não há dúvidas. Aos mais fanáticos essa prática esportiva é levada tão a sério que foi adotada como a segunda religião.
Mas como surgiu esse esporte no Brasil?
Charles Miller, um garoto de 09 anos, foi à Inglaterra para estudar e lá teve contato com esse esporte que todos chamavam de "footbal". Ao retornar ao Brasil em 1894, trouxe na bagagem a primeira bola de futebol e um conjunto de regras e assim começou a ensinar aos seus colegas esse novo esporte.
A primeira partida de futebol foi realizada em 15 de abril de 1895,em São Paulo, na antiga várzea do Carmo, onde hoje conhecemos como Pq. Dom Pedro. Foi uma partida disputada entre os funcionários de empresas inglesas, a Companhia de Gás X Cia. Ferroviária de São Paulo Railway.
O primeiro time a ser formado foi o São Paulo Athletic, em 1888 onde Charles Miller fazia parte.
As disputas de futebol era feitas num campo de lazer chamado "Campo da Antarctica Paulista", local onde tinha a Cia.Antartica de Cerveja que se mudara para a Mooca e foi o local escolhido para a primeira partida da história do Campeonato Paulista, disputada em 3 de maio de 1902, entre Mackenzie 2 x 1 Germânia.
Então por que não transformá-lo em um campo de futebol? e assim foi feito. Em 1933, estava pronto o estádio mais moderno do País, com ampla arquibancada de cimento armado, tribuna social e alambrado e a partir de então passou a ser chamado Parque Antártica.
Em uma visita do Presidente da Itália, Giovanni Gronchi,em 1958 no estádio mais famoso, a diretoria resolveu, em homengaem a essa ilustre visita, mudar o nome do estádio para "Estádio Palestra Itália" que é seu nome oficial até os dias atuais, mas carinhosamente conhecido como Parque Antártica.
E essa foi a minha homenagem aos Palmeirenses que ganharam o título do Campeonato Paulista e também ao meu Pai que, como um bom italiano, festejou com uma bela taça de vinho, rezou em agradecimento e dançou a tarantella.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Trabalhador

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Hoje dia 1º de Maio, dia do trabalhador, um feriado que surgiu em homenagem àqueles que só queriam uma condição melhor de trabalho.
A palavra "trabalho" tem origem do vocábulo latino "Tripalium", denominação de um instrumento de tortura formado por tres paus, utilizado em animais ou até mesmo em escravos fugitivos. Hoje usamos essa palavra para denotar "forças, habilidades humanas para alcançar um determinado fim."
No século XVIII o "trabalho" ou talvez "tripalium", tinha uma jornada comum de mais de 17 horas diárias, baixos salários. Férias, descanso semanal e aposentadoria não existiam. Em 1886, no dia 1º de maio, trabalhadores, em Chicago, realizaram uma grande manifestação, uma intensa greve operária. Todos que participaram foram duramente reprimidos, alguns foram condenados a prisão perpétua e oito deles à morte na forca.
A data passou a ser comemorada, no mundo, desde o final do século XIX em homenagem a todos os trabalhadores e virou feriado nacional em setembro de 1925 por um decreto do presidente Artur Bernardes.