terça-feira, 26 de maio de 2009

"Quase não tínhamos livros em casa...


E a cidade não tinha livraria". Concordo com o Caetano Veloso, pois a primeira livraria da cidade foi aberta somente em 1876 pelos portugueses Antonio Maria e José Joaquim Teixeira com o nome de "Livraria Teixeira". Essa livraria funciona até hoje no mesmo endereço na Rua Marconi, no Centro antigo. No princípio era mais voltada para a área jurídica. Com a morte de seus fundadores, a empresa passou por vários sócios. José Vieira Pontes administrou durante mais de 50 anos - de 1896 a 1952 - também escrevia peças teatrais e lançou mais de 400 textos. A livraria passou a ser ponto de encontro de artistas e intelectuais ligados às artes cênicas. No campo editorial, a livraria colocou no mercado obras famosas como "Espumas Flutuantes", de Castro Alves, em 1889 e a primeira edição de "A Carne", romance de Júlio Ribeiro que provocou escândalo na época. As tardes de autógrafos eram verdadeiros acontecimentos, escritores como Jorge Amado, José Mauro de Vasconcelos, Lygia Fagundes Telles, lançaram alguns de seus livros na Teixeira. Até o Rei do futebol, Pelé, já esteve lá, e entrou na loja em grande estilo: carregado pelo público. Hoje, reformada e modernizada ainda é um ponto obrigatório de parada, pois como ainda diz a letra de Caetano "os livros são objetos transcedentes".