terça-feira, 30 de junho de 2009

"Arquitetura é música petrificada"...


...como tão magnificamente Goethe definiu. A pluralidade arquitetônica na cidade é um dos atrativos dessa metrôpole. Podemos avistar um prédio do início do século XX cujo vizinho é um prédio projetado por Ruy Ohtake. A primeira experiência é atribuída ao arquiteto russo Gregori Warchavchik que projetou, em 1927, sua própria casa na Rua Santa Cruz e que ficou conhecida como "A Casa Modernista", no entanto configura-se como um projeto isolado dentro de um cenário da época. O marco de uma renovação arquitetônica paulista se deu no Primeiro Congresso dos Arquitetos em 1945 onde se destacam arquitetos como Rino Levi, Henrique Mindlin, Oswaldo Bratke, entre outros que trazem uma "modernização" agregada por soluções inovadoras. Henrique Mindlin, traz um ideal racionalista, visando mais a funcionalidade, traz para perto do corpo das construções áreas de serviço doméstico e garagem. Rino Levi caracterizou-se numa arquitetura sóbria e bem estruturada como podemos ver no Hotel Excelsior, Cine Ipiranga e o prédio da Fiesp na av. Paulista. Oswaldo Bratke, responsável por projetos residências como a Fundação Oscar Americano e Maria Luiza, difundiu o Racionalismo contemporâneo, aceita pela elite paulistana.Atualmente, quem anda pela região da Berrini observa muita dessa arquitetura nos prédios comerciais assinada pelo seu filho Carlos Bratke.
Claro que na lista não poderia deixar de mencionar Oscar Niemeyer que foi o primeiro a explorar as possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado. Seus trabalhos mais conhecidos na cidade são os prédios do Parque do Ibirapuera e o Memorial da América Latina.
Na cidade, podemos esbarrar em edifícios projetados por Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha, Croce, Gerson Borsoi, Artigas entre tantos outros.
Com tanta arte a céu aberto, seria um desperdício não apreciar. Entre em contato.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Não é proibido...


Traz toda a gente, tá convidado, não para dançar como diz a música mas para participar do necroturismo. O nome assusta,confesso, é essa minha intenção, mas é um passeio no Cemitério da Consolação,onde se encontram várias obras de arte e várias sepulturas de personalidades da nossa história. Infelizmente, esse segmento ainda é muito tímido na cidade, muitos paulistanos não conhecem o seu potencial patrimonial e quem já o fez, se encanta com a riqueza artística e com as estórias.E claro que a aventura macabra não acaba aqui. A cidade está repleta de locais ditos como assombrados e histórias de crimes misteriosos ou até de descasos. Quem anda ao redor da Rua dos Estudantes,no bairro da Liberdade, nem imagina o que era aquilo antes,e a Casa da Yaya? sua história é comovente, sem falar na tragédia do Edifício Joelma, que inclusive, anterior a sua construção, ocorreu um crime que abalou a cidade. Bom, acho melhor parar de falar de coisas do além, senão ninguém dorme à noite. Mas como sei que a "curiosidade" é mais forte que qualquer mortal, assista à entrevista no Programa do Jô:
http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM1066473-7822-GUIA+ANGELA+ARENA+FAZ+TURISMO+DIFERENTE,00.html
E se mesmo assim ainda ficou curioso... é só me evocar, mas não precisa ser através da "brincadeira do copo", pode ser pela Agência Graffit.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Amanhã não tem feira...


Ê,José!... Porque tem a peça " A Bela e a Fera" no Teatro Abril, que aliás foi cenário de tantas outras histórias da cidade. Em 1929, foi inaugurada como cine/teatro Paramount, primeiro local a exibir filme sonoro da América Latina, era local de glamour cuja arquitetura o fez ser conhecido como "palácio encantado".
Nos anos 60, o teatro foi palco de vários encontros musicais, como o da cantora Elis Regina e Jair Rodrigues que resultou em um disco de maior sucesso "Dois na Bossa". Do mesmo teatro, a TV Record apresentou o programa "Jovem Guarda", que reunia sempre aos domingos cantores como Wanderléia, Roberto Carlos e o "seu amigo" Erasmo Carlos. O Segundo Festival de Música popular Brasileira também ocorreu lá, e quem esteve nunca mais esqueceu, pois foi neste festival que a história da nossa música mudou pra sempre com a entrada das guitarras elétricas nas apresentações do Caetano Veloso cantando "Alegria, Alegria" com o conjunto Argentino "The Beat Boys" que ganhou o quarto lugar e Gilberto Gil cantando "Domingo no Parque" com o então desconhecido conjunto "Os Mutantes" e ainda acompanhado com a Orquestra de Rogério Duprat, essa mistura musical inédita lhe rendeu o segundo lugar. Essas duas apresentações deram origem ao Tropicalismo.
Em 1969, um incêndio destruiu parcialmente o local e algumas mudanças foram feitas no seu interior, restando do original o hall e a fachada. Em 1980 foi tombado e devido à decadência do local fechou em 1996. Em 2000 foi feito uma grande reforma e suas cortinas passaram a abrir para grandes peças como "Os Miseráveis", "O Fantasma da Ópera entre outras.
Então, além de um domingo no parque com muita alegria você pode ir até o Teatro Abril, por que não...., por que não...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Se eu tô alegre....


Eu ponho os óculos e vejo tudo bem... ainda mais se estiver no Museu do Óculos Gioconda Giannini que pertence ao esteta ótico Miguel Giannini. O museu, que ocupa uma parte do piso superior de um casarão do início do século passado, conta com cerca de 600 peças sendo 200 em exposição que contam histórias através de modelos raros e antigos como a réplica dos primeiros óculos ocidentais do século 13, modelo oriental do século 18, um par da década de 20 que pertenceu a Santos Dumont, exemplar que pertenceu ao apresentador Jô Soares e da cantora Elis Regina, entre tantos outros modelos curiosos.
Ficou com vontade de ver tudo isso? Basta ir à Rua dos Ingleses,108 de segunda à sexta das 9h às 18h00 e aos sábados das 9h às 13h00 - gratuito
Só fiquei com uma dúvida: Será que o Paralamas do Sucesso visitou o Museu do Óculos?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A Galeria foi a visão mais ampla....


Do que hoje é Sampa....Quem anda pelo centro da cidade não tem ideia das grandes galerias que existem por lá e que foram modelos de arquitetura moderna da região. Hoje a mais conhecida é a "Galeria do Rock",mas envolta dela há um labirinto formado por tantas outras. A "Galeria Itá", surgiu na década de 40 e ainda conserva traços originais, logo do outro lado está uma passagem projetada pelo arquiteto Rino Levi no anos 50 e há um painel de ladrilhos verdes de Burle Marx. Já na Rua Barão de Itapetininga com a Rua Dom José de Barros,outra galeria projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer em 1951, é um reduto das pedras preciosas e quando visita-la não deixe de ver o imenso painel de pastilhas de vidro desenhado por Portinari. A "Galeria Nova Barão", também na Rua Itapetininga, é a única do centro a céu aberto com uma pracinha com bancos e uma pequena fonte e se estiver chovendo e você não esperava por isso, na galeria tem a Loja "Oliveira", inaugurada em 1967. Andando um pouquinho até a praça Dom José Gaspar, tem a famosa "Galeria Metrópole", projeto de Salvador Candiá, impressiona por sua beleza e foi cenário para uma das cenas do filme "O Príncipe", de Ugo Giorgetti. E para descansar de tanto andar pelas galerias é só sentar em uma das mesas espalhadas na praça, fazer o pedido e apreciar uma boa música.

sábado, 6 de junho de 2009

LAMPIÃO DE GÁS....


Ai quanta saudade você me traz... Em plena metade do século XIX, os paulistanos carenciam de dois serviços básicos: água e luz. O abastecimento de água na cidade ainda era feito através de chafarizes, quanto à luz, poucos lampiões muito distantes entre si e que ainda se apagavam no meio da noite deixando a cidade em um total breu onde tudo acontecia, presos fugiam da cadeia, topadas, dedos quebrados...Quem veio ajudar um pouco essa situação foi "The San Paulo Gas Company, uma companhia inglesa que instalou o Gasômetro na Várzea do Carmos,que prometeu 700 lampiões na cidade e até hoje podemos ver o antigo prédio perto do Mercado Municipal. A alegria do povo não durou muito, os preços ficaram cada vez mais elevados, tanto que o gás passou a ser chamado de "luz de luxo". Com a expansão industrial na cidade, houve a necessidade de se implantar a luz elétrica e foi, em 1899, que chega à cidade a "Light and Power", empresa canadense que não só trouxe uma "luz" ao problema, mas também concessão de serviços urbanos e telefonia. O prédio dos escritórios da companhia existe até hoje, está localizado no Viaduto do Chá que funciona,desde 2000,como Shopping Light.
Se este texto "acendeu" sua curiosidade, visite o Museu da Energia na Alameda Cleveland, 601,no Campos Elísios, a entrada é gratuita e o acervo é fantástico.