quinta-feira, 17 de setembro de 2009

"Velho casarão já quase tapera...


Da grande figueira sombrando o telhado
Se ela falasse contava a história..." de uma São Paulo que não volta mais. Andamos pela cidade e nos deparamos com vários casarões antigos totalmente abandonados e alguns em perigo de até "tombamento", literalmente falando. E esses casarões, com certeza, são símbolos vivos de nossa história que deve ser preservada. Você já imaginou se em Roma resolvessem demolir o "Coliseu"? ou no Egito a suas famosas Pirâmides? Não, dá até um desespero só de imaginar. Assim que me sinto ao olhar essas construções, como por exemplo, um dos casarões de 1930 na Av. Brigadeiro Luís Antonio, 1308. Na esquina da rua Caetano Pinto com a Av. Rangel Pestana existe uma das mais antigas edificações. Trata-se de um palacete de 1910 que leva o nome do farmacêutico italiano Carlos Rega, que morou no andar superior e montou sua farmácia no térreo. Na época da epidemia da gripe espanhola, Carlos Rega atendeu a todos os doentes e na Revolução de 1924 prestou serviços à população. Após seu falecimento em 1955, a farmácia sobreviveu até a década de 60. Com o tempo deu lugar a uma lanchonete que funciona até hoje e o andar superior abriga um cortiço. Na alameda Ribeira da Silva, travessa da Av. Rio Branco, ainda podemos ver o que sobrou do Palacete do Barão do Rio Pardo, que o construiu em 1883. Na época era considerado um dos mais belos palacetes, reflexo de uma elite cafeeira. Desde 2005 o local está interditado pela prefeitura, pois corre o risco de desmoronar. Esses são apenas alguns exemplos. E o que me resta a fazer? é seguir o sábio verso da música de Teixeirinha: "Eu conto a história, casarão amado".
Foto: detalhe do Palacete Carlos Rega

Um comentário:

Simone Bazilho disse...

É duro ver esses antigos casarões ruirem e não conseguirmos fazer nada para ajudar, já que as leis demoram a fazer alguma coisa e quase nunca são fáceis de solucionar certos tipos de problemas como a degradação, o abandono e a invasão que acaba deteriorando ainda mais o patrimônio.
É triste ver a nossa história sendo esquecida através do tempo...